UMA HISTÓRIA LINDA DE AMOR !
Este conto faz parte de um livro que ficará pronto em fevereiro (capa abaixo), junto com outros contistas.
Contos Fantásticos 2011. Mais uma conquista da CBJE. Se desejar comentar, ficarei feliz
.
http://www.camarabrasileira.com/cf11-003.htm
A moça das flores e o tropeiro
Francisca nasceu no século XIX em uma fazenda do interior paulista. Aprendeu a costurar e bordar. Naquela época uma boa moça tinha que possuir tais habilidades. Mas o que ela realmente apreciava era cavalgar pelos campos, contemplar a beleza da região, sentir o vento em seu corpo, em seus longos cabelos. Gostava de observar pássaros e flores, vivia em harmonia com a natureza. Todos os jarros do casarão eram abastecidos com flores que ela cuidadosamente escolhia e colhia, por isso a chamavam carinhosamente de “a moça das flores”.
Certo dia quando Francisca foi colher flores, próximo de um rio que cortava a fazenda, percebeu a aproximação de um tropeiro que lhe despertou atenção. Apesar do traje rústico dele e da aparência cansada, observou profundamente seus olhos azuis, parecia um príncipe.
Por alguns instantes os dois se entreolharam, foram tomados pela magia do encantamento, se sentiram magnetizados um pelo outro. Os dois ficaram apaixonados, um caso de amor a primeira vista. O tropeiro chamava-se Joaquim, estava conduzindo gado do sul de Minas para uma fazenda em São Paulo.
Dali em diante o tropeiro jamais parou de pensar na moça das flores. Com ela aconteceu o mesmo. Era raro ele entregar mercadorias ou gado naquela região mas, depois da fulminante paixão, ele passou a alterar alguns itinerários somente para vê-la. Da parte dela, vivia contando os dias.
Havia um abismo entre ambos. A moça das flores era rica, o pai (um autoritário português) não permitia o namoro de sua única filha com um tropeiro. Tanto Francisca quanto Joaquim tinham conhecimento da realidade, ainda assim ele pediu permissão para namorá-la, sem sucesso.
A moça das flores tinha esperança que seu pai pudesse voltar atrás, com o tempo, mas isto não aconteceu. Ela disse para sua mãe Thereza que iria para um convento, se tornaria uma freira se não casasse com o tropeiro. Não desejava outra pessoa a não ser ele. O recado foi transmitido ao pai, que preferia ver a filha reclusa, se assim ela decidisse. Por precaução paterna, o tropeiro foi proibido de chegar perto do casarão. Se fosse apanhado na região seria alvejado com a certeira pontaria do português Antonio. A espingarda tinha inúmeras serventias para ele, inclusive espantar indesejados.
Alguns meses se passaram, até que certo dia o tropeiro recebeu uma encomenda especial para entregar justamente na fazenda do português Antonio. A carga era de querosene, sal , trigo, sementes e algumas ferramentas O português não gostou de encontrar-se novamente com o tropeiro Joaquim. Foi objetivo, conferiu a encomenda, pagou a importância negociada e ordenou que o tropeiro Joaquim partisse rapidamente. Com um jeito bem humilde, o tropeiro solicitou ao português permissão para repousar algumas horas, alegou que estava cansado, seu cavalo e mulas também. Foi atendido a contragosto.
Era a oportunidade caída dos céus. O tropeiro instalou-se em um local reservado, e enquanto descansava , imaginou inúmeras possibilidades para conversar com sua amada. Como ele conhecia os costumes dela, sabia que em um determinado momento ela iria apanhar seu cavalo no estábulo para buscar flores.
Com muita cautela o tropeiro conseguiu aproximar-se dela. Coração acelerado, ansioso, mesmo assim conseguiu declamar uma poesia de amor para ela. E depois disse que a amava mais que tudo, desejava casar, ter filhos, fez as juras de amor de um apaixonado. A moça das flores ficou com a face avermelhada, as pernas ficaram tremulas e o coração palpitava desesperadamente. Ela nem conseguia falar, não precisava. Diante da recíproca daquele amor, o tropeiro sugeriu algo para ela :
- Vamos fugir Francisca ? Ela respondeu ...“sim”!
A solução para a união daquele amor havia sido encontrada, não havia outro jeito, tinha que ser imediatamente. Como na fazenda todos tinham o costume de adormecer cedo para economizar querosene das lamparinas, assim que sentiu ser o momento adequado, a moça das flores pulou por uma janela, se acomodou no cesto de uma das mulas do tropeiro, saíram da fazenda sem alarde. Ninguém percebeu, a não ser horas depois, quando os dois estavam a léguas de distância. Na época foi um escândalo.
Para quem não sabe, os cestos artesanais (cassuá, jacá) eram muito utilizados para entregar mercadorias. Eram confeccionados com fibras resistentes, suportavam peso. Alguns eram revestidos com couro, para que as encomendas não ficassem visíveis.
Francisca “a moça das flores” foi deserdada, nunca mais teve contato com seu pai e sua mãe. Foi o preço que pagou para estar ao lado de seu amor. Dizem que os dois tiveram muitos filhos, constituíram um lar feliz, na base do respeito e amor. Os dois se fixaram em Minas Gerais, na região de Alfenas, Paraguaçu. Dizem que por lá existem jardins maravilhosos !
autora Marina Gentile
MEU PERFIL
BAÚ DA LITERATURA
-
▼
2010
(21)
-
▼
dezembro
(13)
- UMA HISTÓRIA LINDA DE AMOR !
- À MARGEM DA MARGEM
- HUMANSCAPES...
- DA RELIGIOSIDADE AO ATEÍSMO NIILISTA
- SEXO VIRTUAL
- Aniversário do NÓS PÓS.
- Estudante da EREM ficou em terceiro lugar na Olimp...
- A música que vinha da casa
- Plano de Educação buscará investir 7% do PIB, diz ...
- Todos os dias o povo come veneno.
- SOBRE O DESAFIO DO DISSENSO
- IV FLIS (FESTIVAL LITERÁRIO DO SERTÃO)
- HUMANSCAPES...
-
▼
dezembro
(13)
POEMAS FLÁVIO MAGALHÃES
IN(PERFEITO)
Dentro de mim
mato deuses, quebro esfinges
dilato o caos concreto
das estrelas incolores.
Dentro de mim
anjos carregam
em suas asas
buquês de espinhos
em busca de infinitos prelúdios.
Dentro de mim
destinos amordaçados
esculpem segredos
cortam angústias
escarlates da paixão.
Dentro de mim
O impossível navega silenciosamente
Em busca de um cais imaginário
Provando no mais profundo abismo
Que eu nada sou.
INSISTÊNCIA
Caiu uma Napalm
no caminho de vidro.
Amargos oceanos
insistem dentro do colete
A circunstância do êxtase
Na faca verde do destino
Insisto na solidão.
Maquio a face-louca
para sobreviver a idéia.
SINAL VERDE
O velho
que cuidava
dos animais.
Morreu de punhos cerrados
Pela previdência.
O gato
atropelado
pelo carro bêbado
ressuscitou um cock-tail
de metáforas sangrentas
nos limites
da Avenida-vidro.
SINAL VERMELHO
O velho
de vidro
cerrou os punhos
do gato bêbado.
O Carro limite
Atropelou as metáforas
Ressuscitou um cock-tail
De animais
Sangrentos da Previdência.
SINAL AMARELO
O Velho de
metáforas
atropelou um cock-tail
de carros sangrentos.
O gato de vidro
ressuscitou limites
de animais atropelados
pela bêbada previdência.
PELAS RUAS
Hoje sai pelas ruas
Queria fazer um poema
Leve como o amor
Um poema mágico
Um poema azul.
Hoje sai pelas ruas
Queria fazer um poema
Que acabasse com a
Solidão das pessoas
Um poema solução
Um poema amarelo.
Hoje sai pelas ruas
Queria fazer um poema
Para ti, não te encontrei
Um poema real
Um poema negro.
Hoje sai pelas ruas
Queria fazer um poema
Que protegesse a flora
E não acabasse com a fauna
Um poema índio
Um poema verde.
Hoje sai pelas ruas
Queria fazer um poema
Que unisse os homens
Um poema livre
Um poema vermelho.
SEM RAZÃO (POEFUSO)
Não
Me
Pergunte
Sobre
O amor
Porque
Eu
Viro
Uma
Cripta.
UM HOMEM VELHO
Você trilhou minha estrada
Atravessou ruas comigo
Deixou que eu escolhesse meus heróis
De repente não estava perto de mim
Havia uma cilada
As balas não eram de hortelã.
Anjos (destinos) guarda estavam de férias.
Queria ver seus cabelos brancos
Ouvir seus conselhos sobre a vida
Você o homem velho que não vi.
A meu pai, Sebastião Flávio Magalhães,
que foi assassinado aos 29 anos em 1972.
SACÓRFAGO
Saudades de um amor mágico
Angústia cigana no meu peito
Vivo o imperfeito trágico
No teu amor pretérito perfeito.
Que pena! O soneto saiu torto
Rima estranha me seduz
Punhal frio atracou no porto
Farol distante, uma luz reluz.
Aquele gosto de sangue na boca
Um grito seco, noturno de emoção
Ardentes certezas, vontade louca.
Pensamentos flutuam, único conforto
Para que viver na tua ilusão
Se eu preferia estar morto.
CORDEL CANCERIANO
(In Memorian de Zilmo Siqueira)
Solidão do quarto acesa
Tristeza em cima da mesa
A Poesia, única medida
Para amenizar a vida...
As contas a pagar
Alguém para amar
Mas a morte veio
Armou emboscada no meio
Deu um sopro no destino
Deixou o repente sem tino
Levando das borboletas as flores
Sugando o néctar das cores...
Dentro de mim
mato deuses, quebro esfinges
dilato o caos concreto
das estrelas incolores.
Dentro de mim
anjos carregam
em suas asas
buquês de espinhos
em busca de infinitos prelúdios.
Dentro de mim
destinos amordaçados
esculpem segredos
cortam angústias
escarlates da paixão.
Dentro de mim
O impossível navega silenciosamente
Em busca de um cais imaginário
Provando no mais profundo abismo
Que eu nada sou.
INSISTÊNCIA
Caiu uma Napalm
no caminho de vidro.
Amargos oceanos
insistem dentro do colete
A circunstância do êxtase
Na faca verde do destino
Insisto na solidão.
Maquio a face-louca
para sobreviver a idéia.
SINAL VERDE
O velho
que cuidava
dos animais.
Morreu de punhos cerrados
Pela previdência.
O gato
atropelado
pelo carro bêbado
ressuscitou um cock-tail
de metáforas sangrentas
nos limites
da Avenida-vidro.
SINAL VERMELHO
O velho
de vidro
cerrou os punhos
do gato bêbado.
O Carro limite
Atropelou as metáforas
Ressuscitou um cock-tail
De animais
Sangrentos da Previdência.
SINAL AMARELO
O Velho de
metáforas
atropelou um cock-tail
de carros sangrentos.
O gato de vidro
ressuscitou limites
de animais atropelados
pela bêbada previdência.
PELAS RUAS
Hoje sai pelas ruas
Queria fazer um poema
Leve como o amor
Um poema mágico
Um poema azul.
Hoje sai pelas ruas
Queria fazer um poema
Que acabasse com a
Solidão das pessoas
Um poema solução
Um poema amarelo.
Hoje sai pelas ruas
Queria fazer um poema
Para ti, não te encontrei
Um poema real
Um poema negro.
Hoje sai pelas ruas
Queria fazer um poema
Que protegesse a flora
E não acabasse com a fauna
Um poema índio
Um poema verde.
Hoje sai pelas ruas
Queria fazer um poema
Que unisse os homens
Um poema livre
Um poema vermelho.
SEM RAZÃO (POEFUSO)
Não
Me
Pergunte
Sobre
O amor
Porque
Eu
Viro
Uma
Cripta.
UM HOMEM VELHO
Você trilhou minha estrada
Atravessou ruas comigo
Deixou que eu escolhesse meus heróis
De repente não estava perto de mim
Havia uma cilada
As balas não eram de hortelã.
Anjos (destinos) guarda estavam de férias.
Queria ver seus cabelos brancos
Ouvir seus conselhos sobre a vida
Você o homem velho que não vi.
A meu pai, Sebastião Flávio Magalhães,
que foi assassinado aos 29 anos em 1972.
SACÓRFAGO
Saudades de um amor mágico
Angústia cigana no meu peito
Vivo o imperfeito trágico
No teu amor pretérito perfeito.
Que pena! O soneto saiu torto
Rima estranha me seduz
Punhal frio atracou no porto
Farol distante, uma luz reluz.
Aquele gosto de sangue na boca
Um grito seco, noturno de emoção
Ardentes certezas, vontade louca.
Pensamentos flutuam, único conforto
Para que viver na tua ilusão
Se eu preferia estar morto.
CORDEL CANCERIANO
(In Memorian de Zilmo Siqueira)
Solidão do quarto acesa
Tristeza em cima da mesa
A Poesia, única medida
Para amenizar a vida...
As contas a pagar
Alguém para amar
Mas a morte veio
Armou emboscada no meio
Deu um sopro no destino
Deixou o repente sem tino
Levando das borboletas as flores
Sugando o néctar das cores...
UMA HISTÓRIA LINDA DE AMOR !
terça-feira, 28 de dezembro de 2010Postado por Garganta Magalhaes às 03:11
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário